quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Cimento pode subir ainda mais
21/11/2007

Sabe aquele so
nho de construir ou reformar? Melhor adiar. O cimento, matéria-prima de qualquer obra de construção civil, teve
um aumento de até 57% nos últimos 15 dias. O saco de 50 quilos da mercadoria da marca mais em conta saltou de R$ 9,50 para R$
15. Outra marca que custava R$ 12 está sendo vendida a R$ 16. O pior é que a previsão é de que o preço suba ainda mais e
algumas marcas cheguem à cotação de R$ 20 até o fim do ano.
O problema é que há uma falta de cimento no mercado. O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) atribui o problema
ao crescimento do setor de construção civil com o início de várias obras. A previsão de crescimento de 5% nas vendas em todo
país para este ano chegou a 8% em agosto. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário do
Norte e Noroeste Fluminense diz que a causa da falta da mercadoria vai, além disso.
Conseqüências - “Houve realmente um crescimento no setor de construção civil, mas as fábricas de cimento aproveitaram isso
para fazer um acordo e reduzir a produção para forçar uma alta nacional no preço do produto”, afirmou o presidente do
sindicato, José Carlos Eulálio. Ele acrescentou que, para reduzir a produção, o pólo cimenteiro do estado, que fica na Região
Serrana, reduziu a carga horária dos funcionários e concedeu férias a outros, o que também aconteceu em outros pólos
cimenteiros do país.
Além de fazer o preço disparar, a situação fez com que vários comerciantes do ramo de construção ficassem sem a mercadoria
para abastecer os consumidores, em Campos. Um deles foi o empresário Rodrigo Couto. Ele conta que trazia para o município 10
caminhões carregados de cimento semanalmente, número que caiu para dois. Ontem, ele tinha poucos sacos de cimento no estoque
da empresa. “Há um mês chegamos a ficar sem mercadoria”, contou.
Outro comerciante do ramo, Alexei Neves Barbosa critica: “Em tempos de infração baixa e alta nas vendas do cimento era para a
mercadoria cair de preço, mas dispara para a tristeza de muitos e alegria de poucos. Isso demonstra que a política não é
feita para o povo, que fica à mercê dos monopólios.”


Alta puxa para cima preço de outros materiais de construção
A alta do cimento pode ter sido responsável pelo reajuste de outros produtos da construção civil nos últimos 30 dias.
Vergalhão, argamassa e tubos de PVC também tiveram reajuste de 6 a 10%. A previsão dos comerciantes do ramo é que outros
artigos, como o tijolo, também sejam reajustados nos próximos meses.
O tubo de PVC foi o que mais subiu nos últimos dias: cerca de 10%. Um tubo de 100 milímetros da marca mais vendida saltou de
R$ 29 para R$ 34, segundo o comerciante Alexei Neves Barbosa. O comerciante Rodrigo Couto diz que o vergalhão teve dois reajustes no último mês, chegando a um total aproximado de 8%.
“Primeiro, o vergalhão 5/16 passou de R$ 14 para R$ 14,50 e agora está custando R$ 15”, conta.
A argamassa, que é derivada do cimento, também aumentou em torno de 6% no período. Uma das marcas mais vendidas passou de R$
6,80 para R$ 7,50. “Acredito que os reajustes estejam ligados aos aumentos do cimento, principalmente no caso da argamassa”,
diz.

Grandes obras devem continuar e não deve haver demissões
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário do Norte e Noroeste Fluminense afirma que
grandes empreiteiras não devem paralisar obras, porque têm que cumprir o compromisso assumido. Além disso, não há previsão de
demissões na construção civil porque há déficit de mão-de-obra no setor. “Temos hoje cerca de 17 mil trabalhadores do ramo na
região, sendo 8.700 só em Campos, onde há 23 grandes obras em andamento”, diz o presidente do sindicato, José Carlos Eulálio.


Fonte: ODIÁRIONF

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