sexta-feira, 21 de setembro de 2007

186 pássaros em cativeiro
21/09/2007
Girlane Rodrigues


Duas apreensões simultâneas de pássaros da fauna silvestre registradas, ontem, em Campos e na Praia do Açu, em São João da Barra, foram consideradas as maiores das regiões Norte e Noroeste Fluminenses nos últimos anos, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). A maior delas aconteceu no Parque Guarus, onde um cativeiro clandestino com 186 pássaros de várias espécies foi estourado por policiais federais, à Rua Petrópolis, por volta das 17h. No outro caso, policiais do Batalhão de Polícia Florestal e Meio Ambiente (BPMA) apreenderam 32 aves numa casa abandonada, à rua principal da Praia do Açu.
Os policiais federais investigavam a rotina na casa do Parque Guarus, por pelo menos três meses e identificaram 15 espécies diferentes de pássaros mantidos em cativeiro. Pelo artigo 29 da Lei Federal 9.605/1998 é proibido manter pássaros em cativeiro sem o devido licenciamento de criador conservacionista concedido pelo Ibama, mas a polícia constatou que um homem identificado como Orbílio comercializava as aves. Ele, que é idoso e passou mal com a chegada da polícia, foi levado para a delegacia da PF após deixar o hospital e indiciado pelo crime.
Além do comércio ilegal, os pássaros eram maltratados, segundo o analista ambiental do Ibama/Campos, Jefferson Figueira de Melo. “Maltratar não é só bater no animal, como muitas pessoas pensam. É ainda não dar condições de os bichos voarem e não mantê-los num ambiente limpo. Identificamos também pássaros feridos, presos em gaiolas enferrujadas”, disse. Foram apreendidas aves dos tipos sabiá, coleiro, canário da terra, guache e papagaios. Os animais foram transportados num caminhão da Secretaria de Transportes da Prefeitura de Campos para a ONG sítio Bela Vista, à Rodovia RJ-158 (Campos/São Fidélis). O analista ambiental explicou que só é legal a comercialização das aves se houver registro no Ibama e, para criação, a pessoa deve se cadastrar num clube de criador de pássaros. “Nessa situação, o Orbílio não tem mais condições de legalizar nada. Pois o número de pássaros já é muito grande e o pior são as condições que foram registradas aqui”, finalizou o analista. Como o crime não requer prisão, Orbílio deverá pagar uma multa por cada pássaro criado, além de se comprometer com a Justiça.
Mais aves em casa abandonada na Praia do Açu
Em uma operação distinta, porém, com a mesma finalidade, policiais florestais identificaram uma casa abandonada, onde também eram criados e, provavelmente, comercializados pássaros. O cativeiro estava localizado à rua principal, na Praia do Açu, 5º distrito de São João da Barra. Trinta e dois pássaros dos tipos sabiá, sanhaçu, galo-da-terra, bico-de-lacre, azulão e bigodinho foram apreendidos. Todos juntos, os pássaros foram avaliados em R$ 8 mil. Os policiais estavam investigando uma denúncia anônima, mas ao pedirem informações na localidade, o dono das aves teria fugido. “Acredito que tenha dado tempo do dono fugir porque ficamos tentando encontrar a casa por algum tempo”, contou o sargento Pereira. Segundo ele, os pássaros serão levados para a sede da Polícia Florestal, em Campos e, hoje, serão transferidos para a ONG Sítio Bela Vista. “A viagem é muito longa e, isso, acaba estressando os bichos”, falou. A apreensão foi registrada para investigação na 145ª Delegacia Legal (DL/Centro).


Fonte: ODIÁRIONF

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