Casal morre afogado em rio na frente das filhas menores
24/09/2007
Anna Luiza Paixão
Há pouco menos de um mês, o casal Kátia dos Santos Coutinho, 24 anos, e Antônio de Jesus da Silva dos Santos, 30, o Tonho, jurou ficar junto até a morte. E desta forma os dois morreram ontem numa tragédia que chocou o distrito de Santo Eduardo, em Campos. O casal morreu afogado no Rio Itabapoana, na presença das duas filhas: uma de cinco e outra de quatro anos de idade e de outros familiares.
Kátia e Antônio decidiram fazer o programa na companhia das filhas e da irmã dele, a dona de casa Kátia Cilene da Silva dos Santos e de um cunhado. Os seis chegaram ao Sítio do Beto, na localidade de São Roque, por volta das 12h30 e meia hora depois ocorreu a tragédia. Segundo Kátia Cilene, sobrevivente do acidente, a cunhada estava tomando banho próximo a uma pedra e foi alertada por ela e seu companheiro sobre o risco do local. “Foi tudo muito rápido só vi quando ela estava se batendo, afundava e levantava. Ainda cheguei a segurá-la pelo cabelo, mas não agüentei e pedi ajuda ao meu irmão que estava mais à frente”, contou Kátia.
Antônio, que trabalhava como empacotador da fábrica Farinha Rosa, em Santo Eduardo, e estava pescando no Itabapoana, na margem próxima à área do Estado do Espírito Santo, correu para resgatar a esposa. “Ele chegou perto dela e ela desesperada afundava, até que segurou ele pelo pescoço e os dois afundaram de vez”, disse Kátia Cilene que pulou na água novamente, sem saber nadar, para tentar ajudar o irmão e a cunhada. “A água me carregou também. Eu ainda segurei num pedaço de pau que estava dentro do rio, que quebrou. Foi Deus que me ajudou a sair dali. Foi Ele que me salvou”, contou a sobrevivente. O companheiro de Kátia Cilene estava mais à frente no rio, também pescando e pouco conseguiu fazer.
Corpos estavam juntos no fundo do Itabapoana
As filhas de Kátia e Antônio foram levadas por um primo para casa. O casal morava junto há cerca de seis anos e há 24 dias oficializaram a união. Os corpos de Kátia, que já trabalhou como auxiliar de serviços gerais no Hospital de Santo Eduardo, e do marido foram localizados a cerca de seis metros de profundidade. O resgate foi feito pelo treinador de futebol mirim, Florecir Nazário dos Reis, 56 anos. “Conheci o Tonho desde criança. Quando cheguei aqui mergulhei e levei um tempo para achar os dois. Eles estavam bem pertos um do outro. Uma cena que não vou esquecer”, contou Florecir que tem curso de salvamento em afogamento e enchente pela Defesa Civil e já resgatou outra vítima de afogamento no Rio Itabapoana.
fonte: ODIÁRIONF
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
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