quarta-feira, 23 de maio de 2007

Ceramistas reprovam a privatização da BR-101

23/05/2007
O setor já enfrenta problemas para escoar a produção e com cobrança de pedágios acredita que a situação piore A notícia da privatização da rodovia BR-101, fez surgir o anúncio do Sindicato dos Ceramistas de Campos de que, se a medida for mesmo executada pelo Governo Federal, o setor corre o risco de parar as atividades. Os cinco pedágios que podem vir a ser instalados na estrada federal entre Campos e Niterói representam prejuízos com pequenas possibilidades de serem cobertos pelo pólo cerâmico da Baixada Campista. De acordo com Amaro da Conceição, presidente do sindicato da categoria, a maior vazão de tijolos e telhas fabricados em Campos atende a Região dos Lagos e ao Grande Rio, para onde são escoados quase 70% da produção local e, na opinião do mesmo, praças de pedágio aumentariam os custos resultando em um preço final alto para o consumidor. Pagar para trabalhar - O município possui hoje 110 indústrias e gera cerca de seis mil empregos, com uma produção média diária de 4,5 milhões de peças cerâmicas que atendem, principalmente, ao Grande Rio. “O preço praticado por milheiro não apresenta vantagem para ainda cobrimos gastos com cinco praças de pedágio. O jeito vai ser juntar a categoria e decidir pelo encerramento das atividades, porque se não teremos que pagar para trabalhar”, explica Amaro. Para os ceramistas, que cobram hoje entre R$ 170 a R$ 180 o milheiro do tijolo, abastecer o Grande Rio e Região dos Lagos vai representar gastos que não compensariam a manutenção do setor, com pedágios, diesel e frete da carga, calculado em mais R$ 100 somados ao valor final. “Estamos nos recuperando dos problemas com a falta de pontes para escoamento da produção, enchente que deixou a argila encharcada e os pátios cheios de tijolos que estão sendo comercializados bem abaixo do valor real”, diz, acentuando que “ainda tem os atravessadores que procuram as cerâmicas nos fins de semana, quando os empresários estão no sufoco para pagar funcionários”. - Os atravessadores se aproveitam da situação baixando ainda mais o valor do produto, que acaba sendo vendido a preço de banana - desabafa o presidente do Sindicato dos Ceramistas. Categoria vai pedir apoio do prefeito Amaro da Conceição revela que pretende unir a categoria e buscar ajuda junto ao poder público municipal. Os prejuízos com a instalação de pedágios entre Campos e Niterói já havia sido discutida em encontro com autoridades, mas não está descartado o pedido de socorro aos governos municipal, estadual e federal. “Absurdo é pagar impostos para ter estradas decentes ao tráfego de veículos e ainda gastar com pedágios, quando o governo federal recebe para isso. Vamos recorrer ao prefeito pela categoria para que não aconteçam demissões em massa e perdas para a economia local e estadual”, conclui Amara da Conceição.
fonte: ODIÁRIONF

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