25/07/2007
Passageiras se aglomeram por horas no aeroporto de Bauru à espera de vôos: despesa extra, cansaço, saudade e impotência
Passageiros prejudicados pelo fechamento de aeroportos para pousos e decolagens enfrentam cansaço e saudade da família. Cena dos grandes centros? Não apenas.
Em Bauru, oito mulheres até fizeram amizade no Aeroporto Moussa Tobias (Bauru-Arealva) depois de passar horas à espera de vôo para São Paulo. Tudo para nada. O mau tempo aliado à insegurança geral impediu operações aéreas: dez da Pantanal, duas da Air Minas e uma da BRA-Ocean Air.
De São Luís (MA), Joseane Ribeiro, 25, chegou com o filho Luis Fernando, 6, a Bauru, na quarta-feira. O menino, que passou por consulta no hospital Centrinho, deveria ter retornado para casa com a mãe anteontem. Ontem, novamente, não puderam embarcar pela manhã. À tarde, ainda tinham esperanças de viajar. Não conseguiram.
Sem dinheiro e com o filho impaciente, Joseane estava preocupada. “Gastei R$ 500 em oito dias em Bauru e não tenho mais de onde tirar dinheiro. A empresa [Pantanal] nos pagou hotel durante a noite, mas não pagou comida”, reclama.
Luciene da Silva, 35, também trouxe a filha Mariane, 2, para tratamento em Bauru. A consulta foi no dia 17, mas até ontem estavam “presas” sem conseguir voltar para Itaperuna (RJ). “Eu sei que a chuva não é culpa da empresa, mas ficamos sem solução. E sem dinheiro para o básico.” Só ontem, quatro entre 200 consultas no Centrinho foram canceladas por problemas aéreos.
Fazer o quê?Sem atividades adequadas, as crianças improvisavam brincadeiras em carrinhos de bagagem. A espera serviu até para que Cristiane Magrin, 24, conhecesse uma vizinha de Porto Velho (RO). “A gente morava perto e não sabia. Aqui no aeroporto, conversamos sobre as crianças, reclamamos do atendimento e pensamos na família para passar o tempo”, conta.
O cancelamento de vôos também atingiu o analista financeiro Paulo Agostinho Campos, 25. Com vôo para Rondonópolis (MT) marcado para 10h de ontem, ele não conseguiu embarcar, teve despesa extra de R$ 150 e tenta novamente hoje. “Vamos ver se o tempo melhora.
“O fato é que as empresas não podem arriscar”, resume o gerente de aeroporto da Pantanal, Antonio Antunes. Sobre as mães com filhos em tratamento, diz que a Pantanal tentou usar a pista do Aeroclube, o que não foi autorizado pela Infraero por causa do forte nevoeiro.
MudançasJá a decisão da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) de proibir vôos partindo de Congonhas altera operações de companhias que pousam e decolam de Bauru. A BRA-Ocean Air passa a pousar em Cumbica, onde já opera a Air Minas e a Pantanal acredita que continuará usando a pista auxiliar de Congonhas, com possibilidade de usar Viracopos em Campinas como rota alternativa. Ontem à noite, um avião da Pantanal com 32 passageiros chegou de Campinas e retornou vazio em seguida.
fonte: BOM DIA BAURU
quarta-feira, 25 de julho de 2007
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