02/07/2007
Os consumidores estão sendo forçados a trocar a opção do líquido pelo produto em pó, ainda mais em conta
A alta de cerca de 40% no preço do leite há aproximadamente um mês está forçando as donas de casa a reduzir o consumo, substituir marcas tradicionais por mais baratas e o produto líquido por em pó, que ainda não sofreu reajuste. A previsão pessimista é que o preço do leite e seus derivados, como queijo, iogurte e manteiga, suba ainda mais até agosto, devido ao período de entressafra, embora este não seja o único motivo da alta. O economista Paulo Sanguedo dá dicas para o consumidor driblar a alta e sugere uma forma do governo controlar o preço.
“O leite faz parte da alimentação básica do brasileiro e principalmente das crianças. Uma opção para as famílias que têm crianças pequenas e condições financeiras é estocar o leite em pó, que ainda não sofreu alta porque tem estoque. É importante calcular o estoque até setembro, quando o preço deve começar a baixar devido ao início do período de safra”, sugeriu o economista. A dica para adultos e quem tem filhos maiores é reduzir o consumo de leite, substituindo parte do produto por frutas e sucos.
A telefonista Ana Luíza Santos, 35 anos, mãe de quatro filhos com idades entre 6 e 15 anos, reduziu o consumo de leite da família, substituindo algumas refeições e pratos a base do produto por outros alimentos, assim que os preços começaram a subir. Além disso, ela passou a comprar marcas mais em conta, inclusive trocando algumas vezes o leite em caixa por em saquinho, que também pesa menos no bolso do consumidor. “Hoje mesmo (ontem), optei por comprar o leite em saquinho, que estava custando R$ 1,40, ao leite em caixinha, que custava R$ 2,10, no mesmo comércio. Além disso, as crianças estão tomando café com leite pela manhã ao invés de chocolate, que usa mais leite. Também substituí o café com leite ou chocolate do lanche da tarde por suco. Cheguei a fazer mate em um dos lanches, mas as crianças não gostaram. Há poucos dias, cheguei a pegar um pacote de mistura para bolo no supermercado, mas quando vi que tinha que acrescentar leite desisti de levar o produto. Ia sair muito caro”, contou Ana.
Segundo Sanguedo, o governo poderia controlar a alta do leite subsidiando temporariamente o produtor, que passaria a vender o leite mais barato ao consumidor e receberia a diferença do governo. O economista explica ainda que, além da entressafra, a quebra da safra do leite no Brasil e nos países que importam o produto produzindo aqui e o aumento no consumo no mercado interno sem que houvesse aumento de produção também contribuem para a alta da mercadoria. “O consumo de leite no Brasil aumentou cerca de 22% em 10 anos, mas a produção não cresceu. Além disso, o produtor está preferindo exportar o leite, porque o mercado internacional paga melhor pelo produto. A tonelada do leite em pó estava custando US$ 2.200 no mercado internacional neste mesmo período no ano passado, sendo que o preço hoje está a US$ 5.500”, comparou.
fonte: ODIÁRIONF
segunda-feira, 2 de julho de 2007
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