16/07/2007
Cerimônia aconteceu na Fazenda Sapê, no distrito de Ibitioca, ontem
A pedra fundamental da Usina de Biodiesel Social foi lançada ontem por diretores da Organização Não-Governamental (ONG) Movimento Interamericano de Ecologia (MIE), na Fazenda Sapê, no distrito de Ibitioca, em Campos. As obras de construção da usina terão início em outubro e serão concluídas em maio de 2008. O investimento de R$ 1,650 milhão, do Fundo Internacional para o Terceiro Setor, deve gerar oito mil empregos diretos, a maioria no campo.
O lançamento da pedra fundamental trouxe esperanças aos produtores rurais e criou expectativas entre as donas de casa da região. O produtor rural Bernardino José Gomes contou que pensa em acabar com parte da produção de cana, plantada em oito alqueires de terra no município, para produzir mamona e pinhão manso para fornecer para a nova fábrica. “Há três anos que a cana não tem bom preço e este ano está ainda pior. Ano passado, nesta época, estava recebendo R$ 55 por tonelada de cana, o que despencou para R$ 25 este ano. Acho que o projeto da fábrica de biodiesel é muito bom, porque os produtores rurais terão uma opção de cultivo além da cana. Além disso, o projeto prevê a geração de muitos empregos”, disse Bernardino.
Moradora de Ibitioca, a dona de casa Cristiane Gomes se entusiasmou com o projeto. “Todo mundo joga o óleo de cozinha usado, fora. Agora, ele poderá ser reaproveitado ao ser fornecido para a fábrica ao invés de ser jogado fora e contaminar o ambiente”, analisou.
A usina vai processar a produção de mamona e pinhão manso de 1.200 produtores rurais de Campos e cidades vizinhas, além de óleo vegetal usado (óleo de cozinha). Ela terá capacidade para produzir 30 mil litros de biodiesel por dia, mas deve começar operando com 60% da capacidade e atingir a produção total no segundo semestre de 2.010. As informações são do presidente do MIE, Jorge Santos Guimarães. “Já temos uma Cooperativa de Frente de Trabalho organizada na região para apoiar os produtores rurais na formação de uma associação própria e também no cultivo de matéria prima para a usina”, disse o presidente do MIE. Ele explicou, no entanto, que a usina começará a operar com óleo vegetal usado.
A proposta do MIE é que se crie também uma cooperativa de coletores residenciais de óleo vegetal usado, que ganhariam para vender o que recolhessem para a usina. Paralelamente, haverá um incentivo à produção de mamona e pinhão manso na região, através do fornecimento de assistência técnica, mudas e sementes para os produtores rurais.
O projeto propõe um contrato entre usina e produtores rurais de pinhão manso e mamona em um raio de 100 quilômetros para que forneçam a produção para a fábrica por 10 anos. A medida garantirá que não falte comprador para a matéria prima e nem matéria prima para a usina. Segundo Jorge já existem compradores praticamente definidos para a produção da usina na Espanha e no Japão. Com sede em São Paulo e sucursais em vários estados a ONG tem caráter sócio-ambiental.
fonte: ODIÁRIONF
segunda-feira, 16 de julho de 2007
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