sexta-feira, 22 de junho de 2007

Governo prepara novo mapa do Estado

22/06/2007
O Estado do Rio pode ter nova divisão regional em 2008. No novo mapa, que será submetido ao governador Sérgio Cabral até o fim do ano, regiões atuais deixarão de existir, outras surgirão e todas terão novos nomes, com as cidades agrupadas nas novas áreas conforme a semelhança de seus perfis. Esta é a proposta em estudo pela Fundação Cide (Centro de Informações e Dados do Estado do Rio de Janeiro), ligada à Secretaria de Planejamento e Gestão.
– A idéia está ainda na fase de proposta, de elaboração de projeto. Muito ainda há para ser discutido, tanto dentro do governo como com os municípios – alertou o presidente da Fundação Cide, Luiz Rogério Magalhães, que espera, dentro de 40 dias, receber ajuda financeira do governo federal para completar o estudo do novo mapa.
Segundo Magalhães, é necessário remodelar o mapa fluminense porque a atual configuração tem 20 anos de existência e de lá para cá muita coisa mudou no estado. As mudanças propostas vão alterar a configuração geopolítica da região Norte Fluminense, que passaria a ser denominada de Região Produtora de Petróleo e Gás, com a inclusão de dois novos municípios: Rio das Ostras e Casemiro de Abreu e desmembramento dos municípios de São Fidélis e Cardoso Moreira.
– É preciso uma modelagem regional atualizada, onde prevaleça o critério de como o mundo vê econômica e socialmente a geografia do estado. Imagina um executivo em Tóquio que planeja fazer aqui algum investimento. Ele pegará o novo mapa do estado e verá, através de denominações apropriadas que destacam os pontos fortes de cada região, onde o dinheiro pode ser mais bem aplicado. Ele verá que tem a região produtora de petróleo e gás, outra de economia diversificada e aquela eminentemente turística. Se ele vir o mapa atual não perceberá as mudanças que o estado sofreu nos últimos 20 anos – explicou Magalhães.
Segundo o geógrafo Marcos Antônio Santos, da Coordenadoria de Geoprocessamento e Cartografia da Fundação Cide, a nova proposta corrigirá as atuais distorções do mapa. – O atual não atende à ordem urbana e territorial, ao fluxo de capitais e ainda desprezam os novos centros econômicos, razão pela qual surgiu a idéia de fazer um estudo que proponha um recorte geográfico mais adequado à realidade e aos novos grandes projetos de infra-estrutura do estado, como o Arco Metropolitano, que atravessará várias cidades da Baixada, e o Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro), em Itaboraí – exemplifica Santos.
Mudanças são para favorecer planejamento
Com o novo mapa, as regiões passariam a ter um conjunto de municípios com perfis semelhantes, o que ajuda na hora de fazer o planejamento estratégico do estado. – O governo pode, a partir da redistribuição, gerenciar recursos destinados a regiões, como fundos, e distribuí-los de uma maneira mais adequada – argumentou Santos. A proposta, segundo o presidente da Fundação Cide, não afeta a configuração dos municípios, mas reordena-os dentro da visão econômico-social do estado. Assim, o Estado do Rio passaria a ter nove regiões, invés de oito, como é atualmente. A Região Metropolitana trocaria o nome para Urbano Industrial, mas continuaria com a capital, Niterói, São Gonçalo, Tanguá, Itaboraí, Guapimirim, Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Mesquita, Seropédica, Belford Roxo, São João de Meriti, Nilópolis, Japeri, Queimados e Paracambi, herdaria Itaguaí da Região da Costa Verde e Cachoeiras de Macacu e Rio Bonito, da Região das Baixadas Litorâneas.
Região de Petróleo e Gás
A atual Região Norte Fluminense – que tem hoje as cidades de Campos, São Fidélis, Cardoso Moreira, São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Quissamã, Macaé, Conceição de Macabu e Carapebus – ganharia o nome de Região Produtora de Petróleo e Gás anexando os municípios de Rio das Ostras e Casimiro de Abreu, hoje pertencentes à Região das Baixadas Litorâneas, mas perderia duas cidades – São Fidélis e Cardoso Moreira – para a Região Agropecuária do Pomba, Muriaé e Itabapoana que substituirá a atual Região Noroeste fluminense, cujos municípios são Itaocara, Aperibé, Santo Antônio de Pádua, Cambuci, Miracema, Laje do Muriaé, Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Natividade, Porciúncula e Varre-Sai.
Centro-Sul deixa de existir
A Região Centro-Sul Fluminense deixará de existir e os seus municípios – Vassouras, Mendes, Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Paraíba do Sul, Três Rios, Levy Gasparian, Areal, São José do Vale do Rio Preto e Sapucaia – serão distribuídos entre as novas regiões do Médio Paraíba e Serrana.
Médio Paraíba dividida
A atual Região do Médio Paraíba, que tem os municípios de Piraí, Rio Claro, Barra do Piraí, Barra Mansa, Volta Redonda, Porto Real, Resende, Itatiaia, Valença e Rio das Flores, seria dividida em duas: a Região Industrial do Médio Paraíba, que englobaria os municípios de Rio Claro, Piraí, Barra do Piraí, Volta Redonda, Porto Real, Resende e Itatiaia, e a Região Turístico-Cultural do Médio Paraíba, que ficaria com as cidades de Mendes, Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Paraíba do Sul, Valença e Rio das Flores.
Região Turística dos Lagos
A Região das Baixadas Litorâneas, que tem hoje os municípios de Cachoeiras de Macacu, Silva Jardim, Rio Bonito, Maricá, Araruama, Saquarema, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Armação dos Búzios, Casimiro de Abreu e Rio das Ostras, também seria extinta e surgiria a Região Turística dos Lagos com os municípios de Maricá, Araruama, Saquarema, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Búzios e Silva Jardim. Cachoeiras de Macacu e Rio Bonito integrariam a Região Urbano Industrial, antiga Metropolitana, e Casimiro de Abreu e Rio das Ostras passariam para a Região Produtora de Petróleo e Gás, ex-Norte Fluminense.
Serrana dividida em outras duas
A Região Serrana atual manteria os municípios de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Cordeiro, Bom Jardim, Duas Barras, Trajano de Morais, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto e Cantagalo e herdaria da Região Centro-Sul Fluminense, que seria extinta, as cidades de São José do Vale do Rio Preto, Areal, Três Rios, Levy Gasparian e Sapucaia. No novo mapa, a Região Serrana seria dividida em duas: Serrana de Economia Diversificada, com as cidades herdadas e mais Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo e Bom Jardim, e Serrana de Economia Agropecuária, com os municípios restantes.
Nova região da Costa Verde
Por fim, o novo mapa teria a Região Turística da Costa Verde, substituindo a atual Região da Costa Verde, com as cidades de Mangaratiba, Angra dos Reis e Parati, perdendo Itaguaí para a Região Urbano Industrial.
fonte: ODIÁRIONF

Nenhum comentário: