Produção de cana em alta

01/06/2007
Enquanto em Campos dos Goytacazes, no Norte do Estado do Rio de Janeiro, usinas adiam moagem, porque as chuvas recentes atrapalharam o corte da cana-de-açúcar, e os produtores reclamam que as indústrias propõem preços baixos pelo produto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulga levantamento apontando novo recorde nacional de produção na safra 2007/2008. O resultado foi anunciado, na manhã de ontem, pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, e o presidente da Conab, Jacinto Ferreira, para quem, a expansão do plantio da cana-de-açúcar para 6,62 milhões de hectares é a base do quadro positivo revelado pela pesquisa, realizada em campo entre os dias 29 de março e 12 de maio nos estados produtores.
Outros números - Para chegar aos números, cerca de 40 técnicos da Conab entrevistaram 338 representantes de usinas e destilarias e de 60 entidades de classe, entre sindicatos, associações, órgãos públicos e privados. Segundo matéria do site da companhia, a colheita será de 528 milhões de toneladas, resultado que representa um aumento de 11,20% sobre a safra anterior, de 474,8 milhões/t. A pesquisa revela ainda que a área plantada também cresceu 7,4% sobre os 6,16 milhões de hectares daquele período. “Houve aumento ainda de 3,5% na produtividade em razão de novas variedades de cana e melhores condições tecnológicas”, diz, acentuando que a maior produção está concentrada no Centro-Sul, com 461,6 milhões/t (87,4%) do total.
Maior parte da produção irá para o setor sucroalcooleiro
A Conab assinala que o destaque vai para o estado de São Paulo, com 66,9% do plantio da região. “Já o Norte-Nordeste é responsável por 66,3 milhões/t (12,6%) da colheita nacional”. Quanto à destinação, revela que a maior parte da cana (468,2 milhões/t ou 88,7%) será destinada à indústria sucroalcooleira, sendo 236,6 milhões/t (50,5%) para o álcool e 231,6 milhões/t (49,5%) para o açúcar. “O restante (159,8 milhões/t, ou 11,3%) será usado na produção de cachaça, açúcar mascavo, rapadura, sementes e ração”. Ressalta que o álcool terá o maior volume da história, com 20,01 bilhões de litros, resultado 14,54% superior ao da última safra. E resume: “destes, 10,6 bilhões/l são de álcool hidratado, 9,35 bilhões/l de anidro e o restante do tipo neutro, enquanto a produção de açúcar está estimada em 31,3 milhões/t, aumento de 3,6% sobre a safra passada”.
fonte: ODIÀRIONF